Cartas de gestão
DEZ FALÁCIAS SOBRE OS QUANTS E REFLEXÕES SOBRE SEU PAPEL NO MERCADO
É natural do ser humano tentar encontrar narrativas que expliquem fenômenos observados. No entanto, o que distingue o conhecimento científico da especulação é justamente o rigor empregado para validar ou rejeitar hipóteses. No mercado financeiro, mesmo os especialistas muitas vezes criam hipóteses sobre por que os ativos se comportaram de determinada maneira, frequentemente para justificar os próprios resultados sem, no entanto, possuírem qualquer evidência de que estas hipóteses sejam verdadeiras. Definem-se, então, “bodes expiatórios” que, de acordo com a narrativa, seriam os culpados pelo que está acontecendo. Nos últimos anos, um dos principais alvos foram os fundos quantitativos. A nosso ver, tais alegações são amplamente infundadas e, nesta seção, tentaremos apresentar os principais argumentos para justificar esta visão.
Primeiramente, entendemos que é importante definir o que consideramos como abordagem quant (e, consequentemente, que os fundos quantitativos são aqueles que utilizam esta abordagem). Em nossa experiência, observamos que grande parte das alegações surge justamente de confusões, pois poucos entendem o que exatamente ela significa. Assim, antes de entrarmos propriamente nas alegações que ouvimos, é fundamental construir este conceito. São três os aspectos que caracterizam a gestão quantitativa:
- Sistematização da tomada de decisões: há regras e algoritmos que definem o que comprar, o que vender em cada momento e o tamanho das posições. A sistematização faz com que as decisões não dependam de uma pessoa interpretando os mercados em tempo real.
- Automatização dos processos: justamente porque a tomada de decisões é sistematizada, é natural para alguém que utiliza a abordagem quant automatizar os processos, inclusive recorrendo a robôs para o trading.
- Emprego da metodologia científica: as regras e algoritmos que um quant utiliza não surgem do nada. Elas são fruto de pesquisas extensivas, nas quais o pesquisador realiza experimentos para aceitar ou rejeitar[1] aquela ideia que supostamente o fará ganhar dinheiro no longo prazo. Talvez o principal experimento à disposição do quant seja o backtest, no qual a ideia é programada e testada em uma base de dados histórica. Por mais que este experimento não permita ter certeza de que a estratégia será vencedora no futuro, ele possibilita descartar muitas ideias ruins[2]. Por isso, este talvez seja o aspecto mais importante que define a abordagem quant.
Cada um destes três aspectos não define de forma isolada a abordagem quantitativa, mas sim quando empregados em conjunto. Exemplificando este ponto:
- Quando falamos em sistematização, os fundos indexados (inclusive os ETFs) têm suas carteiras definidas por regras muito bem estabelecidas. Contudo, não seria correto afirmar, por exemplo, que o BOVA11 é um fundo quantitativo.
- Hoje em dia, praticamente todas as corretoras oferecem robôs ou estratégias automatizadas para que seus clientes executem ordens. Isso, porém, não faz deles quants.
- Há gestores discricionários que possuem áreas de pesquisa bastante robustas, buscando reunir evidências que sustentem determinada ideia de investimento. Contudo, o foco destes gestores está em uma posição específica e não em um processo a ser repetido ao longo do tempo. Em muitos casos, essas pesquisas discricionárias não envolvem testes objetivos para validar ou rejeitar uma hipótese, mas sim uma coleta de informações que são interpretadas pelo gestor. Naturalmente, estes também não são gestores quants.
Com estes conceitos em mente, vamos discutir agora algumas das falácias que circulam a respeito dos quants.
I. A maior parte do volume negociado atualmente nas bolsas é realizada por fundos quantitativos.
Não há nenhum tipo de evidência que sustente este tipo de inferência. Apenas o investidor, a corretora pela qual a ordem foi executada e a bolsa sabem que uma determinada ordem foi executada por ele. E, mesmo assim, a bolsa e a corretora não têm como saber o que originou aquela ordem. O único que sabe o que levou à execução daquela ordem é o próprio investidor. Corretora e bolsa no máximo sabem, por exemplo, se a ordem foi executada via DMA[3]. Os demais participantes, no máximo, conhecem as corretoras que participaram de cada negócio. Como vimos, isso não é suficiente para sabermos se foi um quant ou não que executou a ordem. Há, por exemplo, grandes gestores discricionários que têm à sua disposição traders que operam via DMA, inclusive utilizando alguns algoritmos, a fim de executar aquelas ordens discricionárias de forma eficiente.
Algumas possibilidades que justificariam parcialmente o surgimento deste tipo de falácia:
- Ao observar os livros de ofertas, os investidores observam que há algoritmos ou robôs atuando com padrões visíveis. Contudo, repare que este tipo de atuação não é obrigatoriamente realizada por quants. Há, por exemplo, algoritmos como “best bid/ask”, “VWAP” ou “TWAP” que estão disponíveis até mesmo para investidores de varejo nos home brokers.
- Ao observar, considerando os dados de volume e de open interest[4], que grande parte do volume de um determinado derivativo é proveniente de day-trade. Considere, contudo, que neste caso a pessoa está confundindo day-trade com quant. Um exemplo claro disso é o futuro de Bitcoin, negociado na B3. Pelos dados públicos, podemos verificar que praticamente todo o volume negociado hoje em dia é de day-trade. E se olharmos os dados de carteiras de fundos disponíveis na CVM, também se observa que praticamente nenhum deste volume é negociado por fundos. Por outro lado, não é difícil encontrar propagandas de corretoras estimulando investidores de varejo a operarem este futuro.
Em resumo: ninguém sabe ao certo quantos % do volume negociado é executado ou não por quants.
II. A atuação dos fundos quantitativos aumenta a volatilidade dos ativos.
Esta também é uma falácia, que muitas vezes é difundida sem qualquer verificação. Definindo a volatilidade como o desvio padrão dos log-retornos diários, a Figura 1 mostra a volatilidade do Ibovespa calculada em janelas móveis de seis meses desde 1994. Conforme observamos, não há evidência alguma de que a volatilidade tenha aumentado nos últimos anos, em conjunto com um suposto aumento da atuação dos fundos quantitativos. No exterior, também encontramos situações semelhantes.

Figura 1– Volatilidade do Ibovespa em janelas móveis de 6 meses
III. A atuação dos quants torna os mercados mais imediatistas.
Para desconstruir esta falácia, repare que, ao definirmos a abordagem quantitativa, em nenhum momento mencionamos o horizonte de investimento das estratégias. Muitas vezes há uma certa confusão, imaginando-se que os quants focam em operações de alta frequência (os chamados HFT [5]). No entanto, isto não é verdade. Os modelos utilizados podem focar em diferentes horizontes de investimento e, inclusive, como dados de alta frequência são mais escassos, normalmente é mais simples realizar backtests de estratégias de baixa frequência. Alguns exemplos concretos:
- Conforme escrevemos em nossa última carta trimestral, uma das principais posições que geraram ganhos em 2024 foi uma operação tomada em juros brasileiros, iniciada em março de 2024 e mantida até fevereiro de 2025. A nosso ver, posições como esta (advindas de modelos de trend-following de médio ou longo prazo) estão longe de serem imediatistas.
- Alguns dos maiores gestores de equities do mundo são abertamente focados em factor investing, um tipo de modelo que busca identificar quais características, no longo prazo, tendem a performar melhor ou pior do que outras. Este tipo de modelo tipicamente utiliza dados de balanços e DREs (que são divulgados com baixa frequência), e os fatores são construídos a partir de testes que, por vezes, analisam décadas de dados. Assim, também não se sustenta a argumentação de que seriam de curto prazo.
IV. A atuação dos quants cria distorções de múltiplos nas ações.
Conforme já mencionamos, um dos principais tipos de modelos utilizados pelos quants são os modelos de fatores. Entre os diversos fatores, há, por exemplo, ampla documentação acadêmica sobre fatores ligados a valor, que basicamente comparam o preço da ação com algum dado fundamentalista (os chamados múltiplos). Assim, sob a ótica dos fatores de valor, uma ação mais barata tende a ser mais atraente. É esperado, portanto, que a atuação deste tipo de modelo, em vez de criar distorções, na realidade as reduza. Por outro lado, eventualmente outros tipos de fatores, como os ligados a momentum poderiam criar fluxos que retroalimentariam distorções de múltiplos. Assim, para ter certeza do resultado final, seria importante entender o agregado de diferentes fatores. A Figura 2 traz como exemplo o histórico da dispersão do E/P das ações brasileiras desde 2000[6], exibida como a diferença entre o P90 e o P10. Neste exemplo, por simplicidade, utilizamos o E/P calculado com dados do Capital IQ, considerando o lucro líquido dos últimos 12 meses. Resultados semelhantes podem ser encontrados utilizando outras formas de cálculo dos múltiplos. Se fosse verdade que os quants criam distorções nos múltiplos das ações, observaríamos um aumento da dispersão nos últimos anos (considerando como verdadeiro o suposto aumento da atuação dos quants), o que visivelmente não ocorreu. De forma geral, o nível deste spread está em linha com o observado no passado. E, especificamente em momentos de crise, quando esse spread costuma se ampliar, percebe-se que em crises mais antigas ele aumentava significativamente mais. Neste caso, o que este gráfico aponta, na realidade, é que o mercado acionário parece ser mais eficiente hoje do que no início dos anos 2000 (essa afirmação não implica que os quants tenham sido os responsáveis por isso).

Figura 2 – Evolução do spread do E/P entre as empresas mais baratas e as mais caras
V. Os quants são focados em HFT
Conforme já mencionamos, isso não é verdade. A facilidade para realizar um backtest robusto para estratégias de baixa frequência é significativamente maior do que para estratégias de alta frequência. Muitos dos modelos mais utilizados por fundos quantitativos são de baixa frequência. Na realidade, o horizonte de investimento não depende de ser quant ou não, mas sim do próprio investidor. Inclusive, em diversos casos, estratégias de curto prazo que normalmente são associadas aos quants são utilizadas por investidores discricionários com o apoio de robôs.
Por exemplo, as estratégias de pair trading[7] são bastante populares, sendo empregadas tanto por quants quanto por investidores discricionários. Especificamente para este tipo de estratégia, é muito difícil realizar um backtest que capture as suas peculiaridades. Para citar algumas: a própria ação do investidor pode eventualmente evitar que a distorção ocorra; é necessário que as séries de ambos os ativos estejam sincronizadas, refletindo condições de mercado simultâneas; eventualmente o volume em uma das pontas do par pode ser significativamente diferente do volume negociado na outra ponta, o que impede a montagem da posição. Contudo, se o investidor não estiver preocupado em realizar um backtest rigoroso deste tipo de estratégia, praticamente qualquer corretora oferece algoritmos para executar negociações de pares, e este investidor poderia tomar a decisão com base em suas próprias interpretações. Assim, a utilização de uma estratégia de alta frequência poderia ser feita por investidores discricionários.
Outro exemplo são as estratégias de market making, nas quais um agente (chamado de market maker ou formador de mercado) provê liquidez a um determinado ativo. Para isso, ele apregoa ordens de compra e venda ao redor de um preço que considera justo para o ativo (por “ao redor”, entenda-se um spread que o formador de mercado adiciona para obter ganho na operação). Este tipo de estratégia muitas vezes envolve a utilização de robôs para automatizar a apregoação de ordens em altíssima velocidade e, em outras ocasiões, envolve operações e monitoramento de diferentes ativos para proteger a posição quando as ordens são executadas (por exemplo, o delta hedge ao prover liquidez em opções). Contudo, na grande maioria das vezes, esses algoritmos não passam por backtests formais, e sua parametrização é feita de forma discricionária.
VI. Os quants têm piores resultados que os fundos discricionários em eventos de cisnes negros.
Algumas pessoas argumentam que, uma vez que os modelos quantitativos são estudados e parametrizados em bases históricas, eventos imprevisíveis com grande impacto nos preços dos ativos (chamados de cisnes negros) poderiam “quebrar” os modelos e, nestes cenários, os fundos quantitativos tenderiam a ter desempenho pior do que os fundos tradicionais. Contudo, este raciocínio simplista não se sustenta, pois os algoritmos podem ser bastante distintos entre si. Muitos tipos de modelos, inclusive, apresentam comportamentos que se beneficiam de grandes movimentos de mercado. Por exemplo, estratégias de trend-following tipicamente apresentam convexidade em relação à intensidade dos movimentos do mercado e, especificamente, um trend-following calibrado para horizontes curtos, de poucos dias, em média tem melhores resultados em momentos de maior volatilidade. Pegando um dos fundos da Kadima como exemplo, nos 18 anos do Kadima FIC FIM (nosso fundo mais antigo), seus melhores resultados ocorreram justamente em momentos de maior volatilidade dos mercados. Inclusive, em uma carta anterior, mostramos que historicamente, nos eventos de cisnes negros, ele em média apresentou resultados acima da média da indústria de fundos multimercados (formada majoritariamente por fundos discricionários).
VII. O investidor que usa abordagem quantitativa é grafista.
Este equívoco também é comum. Embora ambas as abordagens possam utilizar dados de preços e volumes dos ativos, a semelhança normalmente para por aí. O grafista costuma basear-se em padrões visuais e interpretações subjetivas de formações gráficas, muitas vezes sem testes estatísticos objetivos que validem tais padrões. Já a abordagem quantitativa, conforme já expressamos, é ancorada na aplicação da metodologia científica, com hipóteses claras e regras testadas exaustivamente por meio de backtests. Adicionalmente, o quant muitas vezes utiliza nos modelos dados que vão além de preço e volume (nesta carta, por exemplo, mencionamos modelos de fatores que utilizam informações de balanço das empresas, mas os exemplos vão muito além). Finalmente, mesmo que o grafista utilize robôs para tentar automatizar seus processos, por vezes essa utilização ainda é feita de forma discricionária. Assim, caracterizar o quant como grafista é um erro.
VIII. Os fundos quantitativos são parecidos entre si
A esta altura, já deve ter ficado claro que o leque de estratégias possíveis de se utilizar em um fundo quantitativo é bastante amplo. Para citar alguns exemplos: trend-following, modelos de fatores, arbitragem estatística, event-driven, entre outros. Mesmo quando mencionamos um tipo de estratégia específico, ainda que a ideia central seja semelhante, há muitas formas de sistematizar aquela ideia. Por exemplo, podem ser utilizadas diferentes fórmulas matemáticas para identificar se um ativo está em tendência, além de diferentes possibilidades de parametrização. Um modelo pode considerar um horizonte de 10 dias enquanto outro de 30, por exemplo.
Cada uma dessas variações faz com que os fundos quantitativos se diferenciem entre si. Não podemos generalizá-los tratando-os como a mesma coisa. Afinal, o fato de ser quantitativo diz respeito, principalmente, à forma como as decisões são tomadas na gestão do fundo, e não necessariamente aos riscos do fundo em si. Inclusive, em muitos casos, pode fazer mais sentido comparar um fundo quantitativo com um fundo tradicional do que comparar dois fundos quantitativos entre si.
Um exemplo nesta linha: nosso fundo Kadima Equities é um fundo de ações long-only quantitativo, que, a nosso ver, se assemelha mais a fundos de ações long-only tradicionais do que ao Kadima FIC FIM, nosso multimercado mais antigo.
IX. Não é possível entender quais cenários são bons ou ruins para um fundo quantitativo
De forma geral, se o pesquisador é diligente em seu processo de pesquisa, ele consegue, no mínimo, compreender quais são os principais drivers de cada modelo, sendo assim possível identificar os cenários mais ou menos favoráveis para cada tipo de estratégia. Um exemplo são os modelos seguidores de tendência de curto prazo, que, em média, apresentam melhores resultados quando o ativo operado exibe maior volatilidade. Além disso, para modelos de mais longo prazo (frequência mais baixa), como o turnover de posições é pequeno, é possível compreender o resultado do modelo observando o comportamento dos ativos que compõem a carteira.
X. Fundos quantitativos só fazem sentido para portfólios de multimercados
O Kadima FIC FIM provavelmente é o fundo quantitativo mais longevo do Brasil, tendo sido iniciado em 2007. Durante muitos anos, todos os produtos geridos pela Kadima eram multimercados. Muitos dos fundos quants que surgiram desde então também seguiam esta categoria. Contudo, se analisarmos os aspectos que definem um fundo quantitativo, não há referência ao tipo de ativo operado, aos benchmarks possíveis, entre outros fatores.
Assim, na realidade, praticamente qualquer tipo de fundo pode empregar a abordagem quantitativa, desde que existam dados robustos para realizar os backtests. Considerando o portfólio de produtos geridos pela Kadima, hoje, além dos multimercados, temos fundos de ações (long-only, long-short e long-bias), fundos de renda fixa (IMAB, renda fixa ativa CDI e crédito high grade) e fundos internacionais (com ativos exclusivamente no exterior), além de versões previdenciárias de vários desses produtos. Dessa forma, o investidor que deseja montar uma carteira de fundos pode considerar a abordagem quantitativa para diversas das categorias que pretende incluir.
Diante de todas estas reflexões, é importante que o leitor tenha cautela ao se deparar com alegações genéricas sobre os quants. Muitas vezes, quem faz tais comentários nem mesmo compreende plenamente o que caracteriza um fundo quantitativo, o que pode levar a interpretações equivocadas. Por ser um tema naturalmente mais técnico, é comum que haja menos questionamentos. Por este motivo, acreditamos ser fundamental continuar investindo na educação de nossos investidores sobre essa abordagem e nos colocamos inteiramente à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir.
TRADE-OFF ENTRE COMPLEXIDADE E TRACKING ERROR AO REPLICAR O IMAB
Nesta seção da carta, trouxemos uma análise sobre o desafio de replicar o risco de um benchmark — no caso, o IMAB. Replicar este índice de forma exata é bastante complexo, uma vez que atualmente há 13 vértices diferentes em sua composição e nem todos possuem liquidez razoável no mercado secundário. Diante disso, surge um problema prático para o investidor: qual a melhor forma de replicar o risco e os retornos deste benchmark? Qualquer composição alternativa adotada resultará em algum tracking error, e a decisão final sobre como realizá-la dependerá dos objetivos e da tolerância ao risco de cada investidor.
Em seu famoso artigo de 1994, Svensson[8] demonstrou que a estrutura a termo dos juros pode ser explicada quase que inteiramente por três componentes, os quais representam nível, inclinação e curvatura. Embora este problema seja ligeiramente diferente daquele que desejamos resolver, ele nos oferece uma perspectiva útil para analisar quais características do portfólio de títulos públicos devemos priorizar ao replicar. Na análise do risco de um título de renda fixa (ou de um portfólio), costuma-se observar a sensibilidade do preço em relação ao yield, sendo que há nomes específicos para as três primeiras derivadas do preço em relação ao yield: a primeira derivada é a duration, a segunda derivada é a convexidade e a terceira derivada é o tilt. No caso do portfólio, estas derivadas correspondem às médias ponderadas das derivadas de cada título, considerando seu peso na carteira.
Para a análise que apresentaremos, consideramos os dados das NTN-Bs e do IMA-B desde janeiro de 2004. Nosso objetivo é compreender, do ponto de vista estatístico, como a adição de restrições ao portfólio — para que ele se aproxime mais do benchmark — impacta o tracking error esperado.
Para esta análise, construímos o framework representado de forma simplificada no Pseudo-código 1. Nele, para encontrar a distribuição de probabilidade dos tracking errors, sorteamos, a cada dia, 10.000 portfólios que obedeçam às restrições desejadas (estas restrições representam características do IMAB). Com isso, construímos 10.000 realizações, para cada uma das quais calculamos o respectivo tracking error em relação ao IMAB.
Framework (pseudo-código simplificado)
Inputs:
n_vértices: número de vértices que cada carteira deverá ter. Também corresponde à quantidade de restrições a serem consideradas. A primeira restrição sempre é igualar a soma dos pesos do portfólio a 1. As demais restrições, sequencialmente, igualam as derivadas do portfólio às derivadas do IMAB (duration, convexidade, tilt).
Dados diários das NTN-Bs: incluindo a diferença de retorno em relação ao IMAB e as derivadas necessárias para avaliar as restrições.
Dados diários do IMAB: incluindo as derivadas do IMAB.
n_simulações: quantidade de simulações a serem realizadas para estimar as distribuições.
Outputs:
Distribuição do retorno
Distribuição do tracking error
Passos:
Determinar o número de dias da base (n_dias) e o número de vértices existentes a cada dia (vértices_por_dia)
Para cada dia em n_dias (paralelizado):
Definir simulações_restantes=n_simulações
Inicializar um array vazio para armazenar as simulações do dia
Enquanto simulações_restantes>0:
Sortear uma matriz de inteiros cujas entradas sejam entre 0 e (vértices_por_dia[dia]-1), com dimensões (n_vértices, simulações_restantes).
Descartar (e registrar a quantidade) as colunas que:
tenham elementos repetidos ou;
Não possuam solução com pesos entre 0 e 1 que respeitem todas as restrições simultaneamente
Salvar as simulações válidas no array de simulações do dia
Atualizar simulações_restantes com a quantidade de colunas descartadas
A partir das simulações, calcular as distribuições da diferença de retorno (alpha) e tracking error.
Pseudo-código 1– Framework para análise do tracking error
Primeiramente, rodamos a análise para apenas um ativo. Neste caso, a única restrição é que o peso seja igual a 1. A Figura 3 mostra a distribuição do alpha e do tracking error para este cenário. É interessante notar que, apesar do alpha, em média, ser próximo de zero, ele apresenta grande variabilidade (no gráfico vemos casos que chegam a aproximadamente ±3% ao ano, no período desde 2004). Isso se reflete no tracking error elevado: não apenas a média foi de aproximadamente 4.57% ao ano, como praticamente não se observaram casos abaixo de 4%.

Figura 3 – Distribuições para 1 Vértice
Em seguida (Figura 4), adicionamos a restrição de que a duration do portfólio deveria ser igual à do próprio IMAB, utilizando dois vértices em vez de apenas um. Chama a atenção que o tracking error médio caiu para 1.31%, menos de 30% do primeiro valor que havíamos encontrado. Além disso, mais de 95% da distribuição concentrou-se entre 1.25% e 1.4%, demonstrando que essa estimativa de tracking error já se mostra bastante estável.

Figura 4 – Distribuição para 2 vértices
Nas Figura 5 e Figura 6, adicionamos mais um vértice e, respectivamente, as restrições de convexidade e tilt. Com isso, o tracking error médio caiu para 0.78% (0.78% equivale a 59.5% de 1.31%) e 0.56% (0.56% equivale a 71.8% de 0.78%). É interessante notar que a velocidade de redução do tracking error vai se tornando cada vez menor, assemelhando-se a um decaimento logarítmico. Observando o boxplot da Figura 7, percebe-se claramente este comportamento. Neste caso, se simulássemos com um número ainda maior de vértices e restrições, o tracking error continuaria decaindo até chegar a 0% caso utilizássemos todos os vértices possíveis em todos os momentos. Contudo, justamente por conta de o tracking error decair cada vez mais lentamente, a utilidade marginal da redução adicional de risco se torna decrescente em relação ao número de vértices utilizados. Além disso, incluir mais vértices acarretaria custos operacionais adicionais (não contemplados nestes gráficos), pois implica operar vértices menos líquidos. Portanto, desde que o investidor tolere certo nível de tracking error, fará sentido utilizar o menor número de vértices que seja suficiente para atender ao seu nível de aversão ao risco.

Figura 5 – Distribuição para 3 vértices

Figura 6 – Distribuição para 4 vértices
Certamente, o investidor pode utilizar outras estratégias para selecionar os vértices, em vez de simplesmente escolher aleatoriamente quais serão utilizados na replicação. Contudo, esta análise se mostra útil para entendermos o que podemos esperar em termos de tracking error à medida que sofisticamos a estratégia. Um exemplo na Kadima são os nossos fundos IMAB, em que um “modelo de beta” realiza uma otimização para tentar replicar (parcialmente) o risco do benchmark, sendo utilizado em paralelo aos modelos responsáveis por gerar alpha. Dado que o fundo se propõe a realizar uma gestão ativa, é tolerável que este bloco de beta apresente algum nível de tracking error, uma vez que isso contribui para a redução de custos. A questão, neste caso, é calibrar qual nível de tracking error pode ser aceito. Finalmente, este tipo de raciocínio empregado no framework pode ser expandido para outros benchmarks, inclusive em outras classes de ativos, utilizando-se diferentes fatores para analisar a replicação.

Figura 7 – Boxplot do alpha e tracking error em função do número de vértices
FUNDOS
MULTIMERCADO
Kadima FIC FIF Multimercado RL é um fundo multimercado multiestratégia, sendo o mais antigo gerido pela Kadima. Seu fundo Master tem como característica predominante possuir um portfólio diversificado de modelos matemáticos operando em um variado universo de ativos financeiros. Em 12 meses o fundo apresentou retorno acumulado de +12.40 %, contra retorno do CDI de +12.13%. Desde o início (11/05/2007), o Kadima FIC FIM acumula resultado de +519.83%, contra retorno do CDI de +441.24% neste período.
Durante o segundo trimestre de 2025 os resultados totais dos modelos foram de forma agregada próximos de zero, com o fundo perdendo basicamente o correspondente a seus custos. Do lado positivo o maior destaque foram os modelos de fatores em ações brasileiras, que dentro deste fundo estão presentes na versão long-short. A carteira de ações formada por estes modelos teve no trimestre um desempenho superior ao do Ibovespa (que é a ponta short do modelo), recuperando as perdas que o modelo havia tido no primeiro trimestre do ano. Ainda do lado positivo, os modelos seguidores de tendência de curto prazo no dólar obtiveram ganhos, dado o ambiente mais volátil da moeda brasileira. Finalmente, outro destaque positivo foram os modelos de contratendência que operam o futuro de Ibovespa.
Do lado negativo, o maior destaque foram os modelos seguidores de tendência de longo prazo operando DIs. Ao longo do trimestre as taxas de juros apresentaram comportamento errático, com muitas reversões e, com isso, este tipo de modelo acabou tendo resultados ruins. Outro destaque negativo foram os modelos de fatores que operam moedas. As que tiveram piores resultados foram KRW, CZK, PHP, CHF e PEN e, com melhores resultados, tivemos HUF, BRL e GBP. Ainda do lado negativo, temos os modelos de fatores em juros, os modelos event-driven e os modelos trend-following de curto prazo nos DIs.
Prosseguimos tentando desenvolver modelos novos para serem acrescentados ao portfólio, além de aprimorar os modelos existentes. Acreditamos que esta busca é o que alimenta os nossos fundos, permitindo obter bons resultados no longo prazo, com um nível de risco controlado. Este processo de pesquisa é constante, e esperamos tornar o fundo cada vez mais completo.
O Kadima High Vol FIC FIF Multimercado RL é um fundo de gestão predominantemente sistemática. Seu portfólio é composto majoritariamente por parte dos modelos presentes no fundo Kadima II FIC FIM, porém com uma maior alavancagem. Em 12 meses, o fundo apresentou retorno acumulado de +12.73%, contra retorno do CDI de +12.13%. Desde o início (23/03/2012), o Kadima High Vol FIM acumula resultado de +368.59%, contra retorno do CDI de +226.64% neste período.
Os comentários referentes a este fundo são análogos (na proporção de sua alocação de risco) aos do Kadima FIC FIF Multimercado RL, descritos acima.
O Kadima LT FIF Multimercado RL é um fundo de gestão predominantemente sistemática. Seu portfólio é composto por um subconjunto dos modelos também presentes no fundo Kadima II FIC FIM, porém com um maior foco em estratégias que buscam movimentos de longo prazo. Em 12 meses, o fundo apresentou retorno acumulado de +9.83%, contra retorno do CDI de +12.13%. Desde o início (02/01/2019), o Kadima LT FIM acumula resultado de +64.51%, contra retorno do CDI de +70.35%.
O Kadima LT, por não ter os modelos de curto prazo existentes nos demais multimercados, teve seu desempenho prejudicado no trimestre. Os modelos seguidores de tendência de longo prazo nos DIs foram os maiores detratores de performance.
Acreditamos que este fundo tem um portfólio de modelos especialmente interessante para investidores que preferem estratégias com menor giro de posições. Acreditamos no potencial da estratégia em obter retornos interessantes no longo prazo.
O Kadima International Alpha FIF Mult RL é um fundo de gestão predominantemente sistemática. Este fundo aplica indiretamente no nosso veículo de investimentos offshore, com o respectivo hedge cambial, sendo uma forma do investidor que deseje ter acesso exclusivamente a nossos modelos internacionais. O fundo é calibrado para uma volatilidade (em reais) entre 6%aa e 10%aa. Acreditamos ser um veículo bastante interessante, não só pela longa expertise da Kadima em operar ativos internacionais, como pelo fato do fundo acessar diversos ativos que são “exóticos” para investidores brasileiros. Em 12 meses o fundo acumula +0.62% enquanto o CDI no período rendeu +12.13%. Desde o início (13/05/2024), o fundo acumula resultado de +4.14%, contra retorno do CDI de +13.59% neste período.
Conforme explicado anteriormente, os modelos de fatores em moedas e em juros tiveram resultados negativos no trimestre, o que acabou prejudicando o resultado do fundo. Apesar do desempenho aquém do desejado desde que o fundo iniciou, continuamos acreditando que ele está exposto a um portfólio interessante de modelos operando ativos internacionais. Na nossa visão, esta combinação no longo prazo será capaz de gerar um alfa significativo aos seus investidores.
PREVIDÊNCIA
O Kadima FIFE Previdência FIF Multimercado RL é um fundo de previdência multimercado FIFE que se destina a acolher indiretamente recursos de planos PGBL e VGBL, tendo como cotistas fundos FIE tipo 1 e tipo 2 de quaisquer seguradoras. O fundo tem como objetivo superar o CDI no longo prazo e vale-se para tal de uma gestão ativa quantitativa, com um portfólio diversificado de modelos matemático-estatísticos semelhante ao do Kadima Master FIM, porém, com algumas restrições e adaptações para respeitar o enquadramento exigido pela legislação vigente.
Em 12 meses, o fundo apresentou retorno acumulado de +13.48%, contra retorno do CDI de +12.13%. Desde o início (28/09/2018), acumula resultado de +93.47%, contra retorno do CDI de +73.01%.
O fundo apresenta resultados compatíveis ao do Kadima FIC FIF Multimercado RL, observadas as diferenças na alocação de risco.
O cliente que desejar acessar planos VGBL ou PGBL desta estratégia pode fazê-lo através da Icatu Seguros[9] ou da Zurich Seguros[10]. Há também um espelho deste fundo em parceria com a XP Seguros[11], sendo possível ao cliente realizar aportes em planos VGBL ou PGBL[12] da estratégia por lá. Além destes, há outro fundo com estratégia parecida, mas com diferente alocação de riscos, cujos planos PGBL e VGBL estão disponíveis no Itaú[13] e no Bradesco[14].
O Kadima Long Short Previdência FIM é um fundo de previdência multimercado FIFE que se destina a acolher indiretamente recursos de planos PGBL e VGBL, tendo como cotistas fundos FIE tipo 1 e tipo 2 de quaisquer seguradoras. O fundo tem como objetivo superar o CDI+0,9% a.a. no longo prazo e vale-se para tal de uma gestão ativa quantitativa, com um portfólio diversificado de modelos matemático-estatísticos semelhante ao do Kadima Long Short Plus FIC FIF Ações RL, porém, com algumas restrições e adaptações a fim de se respeitar o enquadramento exigido pela legislação vigente. Como o nome sugere, o fundo tem como risco predominante modelos long-short no mercado de ações.
Em 12 meses o fundo apresentou retorno acumulado de +13.86%, contra retorno do CDI+0,9% a.a. de +13.13%. Desde o início (15/05/2020), acumula resultado de +63.57%, contra retorno do CDI+0,9% a.a. de + 65.94%.
O fundo apresenta resultados compatíveis ao do Kadima Long Short Plus FIC FIF Ações RL, observadas as diferenças na alocação de risco. Por questões regulatórias relativas à previdência, este fundo acaba obrigatoriamente tendo uma exposição um pouco menor ao modelo de fatores que o Kadima Long Short Plus FIC FIF Ações RL. Adicionalmente, o fundo também tem algumas restrições às operações em câmbio.
O cliente que desejar acessar planos VGBL ou PGBL desta estratégia pode fazê-lo através do BTG Pactual[15] ou da XP[16]. O veículo da estratégia que era disponibilizada no Itaú[17] será em breve encerrada, pois o baixo patrimônio estava prejudicando o desempenho final para os clientes, com custos fixos impactando de forma significativa.
O Kadima Long Bias FIFE Previdência FIF Multimercado RL é um fundo de previdência multimercado FIFE que se destina a acolher indiretamente recursos de planos PGBL e VGBL, tendo como cotistas fundos FIE tipo 1 e tipo 2 de quaisquer seguradoras. O fundo tem como objetivo superar o IPCA+X+0,7% a.a. (onde X é o yield do IMA-B calculado diariamente) no longo prazo e vale-se para tal de uma gestão ativa quantitativa, com um portfólio diversificado de modelos matemático-estatísticos semelhante ao do Kadima Long Bias FIF Multimercado RL, porém, com algumas restrições e adaptações a fim de se respeitar o enquadramento exigido pela legislação vigente. Como o nome sugere, o fundo tem como risco predominante o mercado de ações.
Em 12 meses o fundo apresentou retorno acumulado de +16.42%, contra retorno do benchmark (IPCA+yield do IMAB+0,70%) de +13.46%. Desde o início (20/07/2021), acumula resultado de +24.39%, contra retorno do benchmark de +64.26%.
O fundo apresenta resultados compatíveis ao do Kadima Long Bias FIF Multimercado RL, observadas as diferenças na alocação de risco devido a restrições regulatórias.
O cliente que desejar acessar planos VGBL ou PGBL desta estratégia pode fazê-lo através da XP[18] ou da Brasilprev[19].
O Kad IMAB FIFE FIF Multimercado RL é um fundo de previdência multimercado FIFE que se destina a acolher indiretamente recursos de planos PGBL e VGBL, tendo como cotistas fundos FIE tipo 1 e tipo 2 de quaisquer seguradoras. O fundo tem como objetivo superar o IMA-B+0,32% a.a. no longo prazo e vale-se para tal de uma gestão ativa quantitativa, com modelos matemático-estatísticos semelhante ao do Kad IMAB FIC FIF RF LP RL.
Em 12 meses o fundo apresentou retorno de +10.98%, enquanto o benchmark (IMAB+0.32%) apresenta performance de +7.66%. Desde o início o fundo apresenta retorno de +33.13% enquanto o benchmark apresenta retorno de +31.29%.
O fundo apresenta resultados compatíveis ao do Kad IMAB FIC FIF RF LP RL, descrito mais adiante nesta carta.
O cliente que desejar acessar planos VGBL ou PGBL desta estratégia pode fazê-lo através da XP[20] ou do BTG Pactual[21].
AÇÕES
O Kadima Equities FIF em Ações é um fundo de ações cujo fundo Master tem como característica principal ser um conjunto de estratégias quantitativas que atuam no mercado de ações, levando-se em consideração o objetivo de gerar uma exposição comprada. Em 12 meses o fundo apresentou retorno acumulado de +18.21%, contra retorno do Ibovespa de +12.06%. Desde o início (17/12/2010), acumula resultado de +170.86%, contra retorno do Ibovespa de +104.25%.
O stock-picking dentro do Kadima Equities é realizado através do chamado modelo de fatores, que busca uma exposição sistemática ao mercado acionário brasileiro. Conforme explicado anteriormente, no segundo trimestre a carteira de ações formada pelos modelos de fatores teve um desempenho acima do Ibovespa, fazendo o fundo não apenas recuperar a underperformance do início do ano, mas ter ultrapassado o benchmark no acumulado do ano. Independentemente deste resultado de curto prazo, seguimos acreditando fortemente nas evidências de que esta abordagem é capaz de gerar bons retornos no longo prazo.
O fundo é enquadrado na Resolução CMN 4994, o que permite o acesso de EFPCs ao mesmo. Também é enquadrado na Resolução CMN 4963, permitindo o acesso de RPPS. Adicionalmente, vale mencionar que este fundo cobra uma taxa de administração de 1.35% e, possui resgate cotizando em D+5, proporcionando uma boa liquidez aos seus cotistas.
Seguimos confiantes na capacidade do fundo gerar bons resultados, com exposição a fatores de risco que beneficiem o investidor no longo prazo.
O Kadima Long Short Plus FIC FIF Ações RL é um fundo de ações com benchmark CDI, que tem como característica principal ser um conjunto de estratégias quantitativas. Adicionalmente ao modelo long-short predominante neste fundo, ele também possui outros modelos aplicados em diversos mercados futuros. Em 12 meses o fundo apresentou retorno acumulado de +13.31%, contra retorno do CDI de +12.13%. Desde o início (06/11/2018), acumula resultado de +76.26%, contra retorno do CDI de +71.95%.
Do lado positivo, os modelos de fatores em ações foram o maior destaque, seguidos dos modelos de contratendência e de alocação sistemática. Do lado negativo, destacaram-se os trend-following de longo prazo nos DIs, modelos de fatores em moedas e modelos de fatores em juros. No agregado o fundo teve resultado positivo no trimestre.
Entendemos que este fundo possui um posicionamento único no mercado brasileiro, uma vez que além do risco majoritário em ações, advindo do modelo de fatores em sua versão long-short, ele também possui exposição a diversos outros algoritmos e classes de ativos. Adicionalmente, sua tributação de renda variável favorece os investidores quando comparada com a tributação de parte dos fundos long-short da indústria. Neste universo restrito de pares, ao nosso ver o Kadima Long Short Plus FIC FIF Ações RL é uma excelente opção tanto para investidores pessoas físicas, como para alocadores profissionais. Acreditamos no potencial deste fundo em gerar bons resultados no longo prazo.
O Kadima Long Bias FIF Multimercado RL é um fundo multimercado (que busca tributação de renda variável) e possui benchmark IPCA+X%[22]. Utilizando um conjunto de modelos quantitativos, este fundo busca exposições sistematicamente compradas na bolsa brasileira. O modelo de fatores numa versão long-bias é o principal responsável por gerar esta alocação de risco. Adicionalmente, ele também possui outros modelos aplicados em diversos mercados futuros.
Em 12 meses o fundo apresentou retorno acumulado de 19.93%, contra um benchmark (IPCA+yield IMAB) de +12.67%. Desde o início (26/08/2019), acumula resultado de +78.80%, contra um benchmark de +85.75%.
Acreditamos que este seja um dos produtos mais interessantes àqueles investidores que desejam ter uma alocação sistemática às ações brasileiras, mas com um nível de risco significativamente inferior ao Ibovespa. A composição de modelos utilizada por este fundo é especialmente poderosa para mitigar as quedas do fundo em grandes crises.
RENDA FIXA
O Kad IMAB FIC FIF RF LP RL é um fundo de renda fixa com objetivo superar o IMA-B no longo prazo. Para tal, ele investe pelo menos 95% de seu patrimônio no Kad IMAB Master FIRF LP RL e vale-se de uma gestão ativa quantitativa, com modelos matemático-estatísticos.
Em 12 meses o fundo apresentou retorno de +10.47%, enquanto o benchmark (IMAB) apresentou +7.32%. Desde o início o fundo apresenta retorno de +30.75% enquanto o benchmark (IMAB) apresenta retorno de +29.82%.
Durante o segundo trimestre o fundo apresentou um desempenho inferior ao seu benchmark. Este resultado é explicado pelos modelos seguidores de tendências de longo prazo nos DIs, que conforme já mencionamos, obteve resultados negativos no trimestre. Não obstante a estes resultados de curto prazo, este tipo de modelo pode adicionar um alpha significativo ao fundo quando as taxas de juros apresentarem tendências mais bem definidas (sejam tendências de alta ou de queda), agregando valor no longo prazo.
Lembramos que o fundo é enquadrado para diversos públicos com legislações específicas, inclusive EFPCs e seguradoras.
O Kadima RF Ativa FIRF LP é um fundo de renda fixa com objetivo superar o CDI+0.26% a.a. no longo prazo. Para tal, ele vale-se de uma gestão ativa quantitativa, com modelos matemático-estatísticos.
Em 12 meses o fundo apresentou retorno de +16.34%, enquanto o benchmark (CDI+0.26%) apresenta +12.42%. Desde o início o fundo apresenta retorno de +49.14% enquanto o benchmark (CDI+0.26%) apresenta retorno de +43.37%.
Durante o segundo trimestre o fundo apresentou um desempenho inferior ao seu benchmark. Este resultado é explicado pelos modelos seguidores de tendências de longo prazo nos DIs, que conforme já mencionamos, obteve resultados negativos no trimestre. Não obstante a estes resultados de curto prazo, este tipo de modelo pode adicionar um alpha significativo ao fundo quando as taxas de juros apresentarem tendências mais bem definidas (sejam tendências de alta ou de queda), agregando valor no longo prazo.
Lembramos que o fundo é enquadrado para diversos públicos com legislações específicas, inclusive EFPCs e seguradoras.
CRÉDITO
O Kadima Yield FIF RF CP LP – RL é um fundo de renda fixa com objetivo superar o CDI no longo prazo. Para tal, ele se vale de uma gestão ativa quantitativa, com modelos matemático-estatísticos, que combina uma carteira diversificada de crédito privado predominantemente composta de debêntures com perfil high-grade, bem como modelos operando outros ativos para tentar gerar retornos adicionais com risco de mercado.
Desde o início o fundo apresenta retorno de +10.68% enquanto o CDI apresenta retorno de +9.51%.
NOTAS DE RODAPÉ
[1] Existem filósofos que defendem ser praticamente impossível ter certeza de que uma hipótese ou teoria seja verdadeira e que, no máximo, podemos tentar rejeitá-la.
[2] Disclaimer: por experiência própria, afirmamos que a maioria das ideias de estratégias, por mais que façam sentido à primeira vista, não se sustentam quando testadas — principalmente se o backtest for realizado com premissas realistas, inclusive no que diz respeito a custos de execução.
[3] DMA (Direct Market Access) refere-se ao acesso direto ao livro de ordens da bolsa, permitindo ao investidor enviar ordens eletronicamente sem a intervenção manual de operadores da corretora, geralmente por meio de sistemas automatizados.
[4] Contratos em aberto. Normalmente as bolsas divulgam quantos contratos abertos de futuros existem.
[5] HFT (High Frequency Trading) ou operações de alta frequência são operações em que as posições permanecem abertas por um curtíssimo espaço de tempo, às vezes na ordem de milissegundos.
[6] Consideramos em cada momento do tempo as ações que faziam parte do IBX100.
[7] Pair trading é um tipo de estratégia em que se observa um par de ações que, em tese, deveriam se movimentar juntas (como ON/PN ou ações de um mesmo setor), mas que, por motivos diversos, acabam divergindo. Uma vez identificada a divergência, posiciona-se apostando em uma nova convergência do par. Muitas vezes essas distorções ocorrem muito rapidamente e, para capturar as oportunidades, realizam-se operações de alta frequência.
[8] Svensson, Lars E.O. (1994). “Estimating and Interpreting Forward Interest Rates: Sweden 1992–1994.” NBER Working Paper 4871.
[9] O fundo Icatu Kadima FIE Previdência FIC FIF Multimercado CP RL compra pelo menos 95% de seu patrimônio em cotas do Kadima FIFE Previdência FIF Multimercado RL.
[10] O fundo Kadima Zurich FIE Previdência FIC FIF Multimercado CP RL compra pelo menos 95% de seu patrimônio em cotas do Kadima FIFE Previdência FIF Multimercado RL.
[11] O fundo Kadima XP Seguros Prev FIFE FIF Multimercado CP RL é um fundo espelho, seguindo a mesma estratégia.
[12] O fundo Kadima XP Seguros Prev FIE FIC Multimercado CP RL compra pelo menos 95% de seu patrimônio em cotas do Kadima XP Seguros Prev FIFE FIF Multimercado CP RL.
[13] Kadima IVP I FIF da Classe FIC Multimercado RL
[14] Bradesco Kadima II FIE II FIF CIC Multimercado RL
[15] O fundo Kadima Long Short Prev FIF em Cotas de FIM compra pelo menos 95% de seu patrimônio em cotas do Kadima Long Short Previdência FIF em Cotas de FIM.
[16] O fundo Kadima XP Seguros Prev Long Short FIC Multimercado RL compra pelo menos 95% de seu patrimônio em cotas do Kadima Long Short Previdência FIF em Cotas de FIM.
[17] O fundo Kadima Long Short IVP II Multimercado FIC FI compra pelo menos 95% de seu patrimônio em cotas do Kadima Long Short IVP Master Previdência FIF Multimercado RL, o qual por sua vez segue a mesma estratégia do Kadima Long Short Previdência FIF em Cotas de FIM.
[18] O fundo Kadima Long Bias XP Seg Prev FIC Multimercado RL compra pelo menos 95% de seu patrimônio em cotas deste fundo.
[19] A estratégia está sendo distribuída na Brasilprev através de um veículo chamado Kadima Total Return, o qual também segue a estratégia long bias na previdência.
[20] O fundo Kad IMA B XP Seguros Prev FIC Multimercado RL compra pelo menos 95% de seu patrimônio em cotas deste fundo.
[21] O fundo Kadima IMA-B Prev FICFIM RL Access compra pelo menos 95% de seu patrimônio em cotas deste fundo.
[22] X é a média ponderada do yield dos títulos que compõem o IMA-B, calculado diariamente.
*O histórico completo de rentabilidades mensais de todos os fundos geridos pela Kadima pode ser encontrado em nosso site.
Kadima FIC FIF Multimercado – RL: Início do Fundo: 11 / 05 / 2007. PL Médio em 12 meses: R$ 11,125,370.00. Taxa de administração: 2%a.a. (máx. de 2%a.a.). Taxa de Performance: 20% do que exceder o CDI. Público-alvo: Investidores em Geral. Cota de Aplicação: D+0. cota de Resgate: D+0. Liquidação de Resgates: D+1. Até o dia 6-dez-2013 a taxa de performance era de 25%.
Kadima II FIC FIF Multimercado – RL: Início do Fundo: 30 / 04 / 2008. PL Médio em 12 meses: R$ 66,302,840.00. Taxa de administração: 2%a.a. (máx. de 2%a.a.). Taxa de Performance: 20% do que exceder o CDI. Público-alvo: Investidores em Geral. Cota de Aplicação: D+0. cota de Resgate: D+10. Liquidação de Resgates: D+1 da Cotização. Até o dia 6-dez-2013 a taxa de performance era de 25%.
Kadima High Vol FIC FIF Multimercado – RL: Início do Fundo: 23 / 03 / 2012. PL Médio em 12 meses: R$ 130,391,400.00. Taxa de administração: 2%a.a. (máx. de 2%a.a.). Taxa de Performance: 20% do que exceder o CDI. Público-alvo: Investidores qualificados. Cota de Aplicação: D+0. cota de Resgate: D+10. Liquidação de Resgates: D+1 da Cotização. Até o dia 6-mar-2013 a taxa de adm era de 0.75% e não havia taxa de performance.
Kadima Long Short Plus FIC FIF Ações – RL: Início do Fundo: 06 / 11 / 2018. PL Médio em 12 meses: R$ 128,516,000.00. Taxa de administração: 2%a.a. (máx. de 2%a.a.). Taxa de Performance: 20% do que exceder o CDI. Público-alvo: Investidores qualificados. Cota de Aplicação: D+0. cota de Resgate: D+10. Liquidação de Resgates: D+1 da Cotização.
Kadima FIFE Previdência FIF Mult RL: Início do Fundo: 28 / 09 / 2018. PL Médio em 12 meses R$ 161,388,500.00. Taxa de administração: 1,20%a.a. (máx. de 1,20%a.a.). Taxa de Performance: não há. Público-alvo: Aplicações de recursos através de Planos PGBL e VGBL.
Kadima Long Short Previdência FIF Mult RL: Início do Fundo: 15 / 05 / 2020. PL Médio em 12 meses: R$ 31,115,780.00. Taxa de administração: 1,00%a.a. (máx. de 1,00%a.a.). Taxa de Performance: 20% do que exceder o CDI+0,9%. Público-alvo: Aplicações de recursos através de Planos PGBL e VGBL.
Kadima LT FIF Multimercado – RL: Início do Fundo: 02 / 01 / 2019. PL Médio em 12 meses: R$ 18,278,370.00. Taxa de administração: 2%a.a. (máx. de 2%a.a.). Taxa de Performance: 20% do que exceder o CDI. Público-alvo: Investidor em Geral. Cota de Aplicação: D+0. Cota de Resgate: D+10. Liquidação de Resgates: D+1 da Cotização.
Kadima Long Bias FIF Multimercado – RL: Início do Fundo: 26 / 08 / 2019. PL Médio em 12 meses: R$ 15,197,270.00. Taxa de administração: 1.75%a.a. (máx. de 1.75%a.a.). Taxa de Performance: 20% sobre o que exceder o IPCA+X vide regulamento. Público-alvo: Investidor em Geral. Cota de Aplicação: D+0. Cota de Resgate: D+10. Liquidação de Resgates: D+1 da Cotização. Fundo com menos de 12 meses de histórico.
Kadima Equities FIF em Ações: Início do Fundo: 17 / 12 / 2010. PL Médio em 12 meses: R$ 18,874,670.00. Taxa de administração: 1.35%a.a. (máx. de 1.35%a.a.). Taxa de Performance: 20% do que exceder o IBOVESPA. Público-alvo: Investidor em Geral. cota de Aplicação: D+0. Cota de Resgate: D+1. Liquidação de Resgates: D+2 da cotização. Em 23/06/2025 o fundo Kadima Equities Master FIA foi incorporado ao Kadima Equities FIC FIA e este passou a se chamar Kadima Equities FIF em Ações.
Kadima Long Bias FIFE Previdência FIF Mult RL: Início do Fundo: 20/07/2021. PL Médio em 12 meses: R$ 9,357,394.00. Taxa de administração: 1,05% (máx. de 1,05% a.a.). Taxa de performance: 20% do que exceder o IPCA+X+0,7%. Público-alvo: Aplicações de recursos através de planos PGBL e VGBL.
Kad IMAB FIC FIF RF LP – RL: Início do Fundo: 13/12/2021. PL Médio em 12 meses: R$ 41,718,680.00. Taxa de administração: 0,75% (máx. de 0,80%). Taxa de performance: 20% do que exceder o IMA-B. Público-alvo: Investidores em Geral.
Kad IMAB FIFE FIF Mult RL: Início do Fundo: 13/12/2021. PL Médio em 12 meses: R$ 88,165,500.00. Taxa de administração: 0,48% (máx. de 0,48%). Taxa de performance: 20% do que exceder o IMA-B + 0,32%. Público-alvo: Aplicações de recursos através de planos PGBL e VGBL.
Kadima RF Ativa FIF RF LP RL: Início do Fundo: 29/06/2022. PL Médio em 12 meses: R$ 222,289,800.00. Taxa de administração: 0,44% a.a. (máx. 0.44% aa). Taxa de performance: 14% do que exceder o CDI+0,26%. Público-alvo: Investidores em Geral. Em 13/12/2024, o Kadima RF Ativa FIC FIRF LP foi incorporado ao seu fundo master, Kadima RF Ativa Master FIRF LP. Este passou a chamar-se Kadima RF Ativa FIRF LP, passou a cobrar as atuais taxas de administração e performance e o benchmark passou a ser CDI+0,26%. Antes disso o fundo não cobrava taxas.
Kadima International Alpha FIF Mult RL: Início do Fundo: 13/05/2024 PL Médio em 12 meses: R$ 5,200,302.00 Taxa de administração: 2% a.a. (máx. de 2% aa). Taxa de performance: 20% do que exceder o CDI. Público-alvo: Investidores Qualificados.
Kadima Yield FIF RF CP LP – RL: Início do Fundo: 20/09/2024. Fundo com menos de 12 meses. Taxa de administração: 0,45% a.a. (máx. de 0,45% a.a.). Taxa de performance: 20% do que exceder o CDI. Público-alvo: Investidores em Geral.
Esta carta é uma publicação cujo propósito é divulgar informações e dar transparência à gestão executada pela Kadima Asset Management. As informações contidas neste material são de caráter exclusivamente informativo, não devem ser consideradas uma oferta para aquisição de cotas de fundos de investimento e não constitui prospecto previsto na instrução CVM 555 ou no Código de Auto-Regulação da ANBIMA. Este Material Técnico contém resultados baseados em simulações históricas e os resultados reais poderiam ser significativamente diferentes. O investimento em Fundo não é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito”. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos e de eventual taxa de saída. Para avaliação de um fundo de investimento, é recomendável a análise de, no mínimo, 12 (doze) meses. Leia o formulário de informações complementares, a lâmina de informações essenciais, se houver, e o regulamento antes de investir. Os termos “Master” e “Feeder” são comumente utilizados no meio financeiro para designar veículos de investimento que fazem parte de uma estrutura na qual vários fundos de cotas possam compartilhar de uma mesma estratégia. Os fundos de cotas são chamados “Feeders”, pois aplicam recursos financeiros no fundo receptor, este chamado fundo “Master”, no qual a estratégia é implementada. Administrador/ Distribuidor: BNY Mellon Serviços Financeiros DTVM S.A., CNPJ: 02.201.501/0001-61, situada à Av. Presidente Wilson, 231, 11º andar, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20030-905. Telefone: (21) 3219-2998 Fax (21) 3974-4501 www.bnymellon.com.br/sf – SAC: [email protected] ou (21) 3974-4600, (11) 3050-8010, 0800 725 3219 – Ouvidoria: [email protected] ou 0800 7253219. | BTG Pactual Serviços Financeiros S.A. DTVM, CNPJ/MF: 59.281.253/0001-23, com sede na Cidade e Estado do Rio de Janeiro, localizada à Praia de Botafogo, n.º 501, 5º andar (parte), Torre Corcovado, Botafogo, CEP 22250-040, Brasil. Telefone: +55 21 3262 9600. SAC: 0800 772 2827. Ouvidoria: 0800 722 0048. btgpactual.com